robertheory
Apr 7 '23
Chega de dar branco sobre um assunto ou ficar esquecendo sempre a mesma coisa.
Memorizar é uma habilidade fundamental em diversas áreas da nossa vida, mesmo assim há quem não saiba exercitá-la. Assim como há exercícios para trabalhar músculos específicos do nosso corpo, também há alguns que trabalham a nossa capacidade de aprender, lembrar e processar mais informações.
Aqui pretendo abordar desde as técnicas clássicas até as mais modernas, que podem ajudar a melhorar a sua capacidade de reter informações.
Uma das técnicas mais comuns, provavelmente você já faz isso quando não lembra de uma parte do conteúdo ou não entendeu direito.
Quando estamos lendo algo pela primeira vez, é comum reter parcialmente o conteúdo, processando as ideias chave ou alguma parte que chamou mais a atenção.
No entanto, quando você relê o mesmo texto, pode começar a notar mais profundidade na sua compreensão, pois além do que você já entendeu anteriormente, agora está dedicando um olhar mais minucioso e detalhista sobre o mesmo assunto.
Essa parece um pouco boba, mas é bem poderosa para memorizar informações abstratas ou muito complexas: a ideia é tornar os conceitos mais tangíveis através de imagens mentais criadas por uma história interessante. Assim, seu cérebro consegue processar de forma mais eficiente.
Esta técnica consiste em revisar a informação em intervalos de tempo específicos, antes que você esqueça totalmente - por exemplo, revisar depois de algumas horas, dias ou semanas.
Esse método é bem popular e existem diversos aplicativos que podem te ajudar a revisar tópicos no momento certo para aplicar a técnica de repetição espaçada, como o Anki e Memrise: eles fazem uso de algoritmos para entender quando o conteúdo deve ser revisto e otimizar o processo.
O ato de ensinar envolve revisar bem o assunto e modelar de forma a facilitar a compreensão de outras pessoas e, melhor ainda, podem aparecer dúvidas e tópicos não cobertos antes. Justamente por isso, essa é uma das atividades que mais ajuda na memorização.
Um estudo publicado na revista Memory & Cognition por John Nestojko e colaboradores (2014) mostrou que os participantes que ensinaram um conteúdo a outra pessoa lembraram significativamente mais informações em comparação com aqueles que apenas leram o conteúdo diversas vezes.
Outra pesquisa publicada na revista Learning and Instruction por Ariel Lindorff e colaboradores (2016) mostrou que os estudantes que participaram do ensino colaborativo, no qual tiveram a oportunidade de ensinar uns aos outros, tiveram um desempenho significativamente melhor em testes de retenção de informações em comparação com aqueles que não participaram dessa atividade.
Esse nome difícil consiste em criar associações entre o que você deseja lembrar e alguma outra coisa que facilite a recuperação da informação.
No entanto, há diversos tipos de mnemônicos:
Formar palavras a partir de iniciais de outras palavras, como na palavra BRICS, que significa em inglês Brazil, Russia, India, China, e South Africa, sendo usado para se referir à um grupo de países, mas você pode usar sua imaginação para fazer os mais diversos acrônimos.
Caracterizada pela formação de frases onde cada palavra representa outra palavra ou conceito.
Há um acróstico muito famoso para lembrar a ordem dos planetas do Sistema Solar, que é: "Minha Vó Tem Muitas Jóias, Saturno Usa Nenhuma”, que associamos à seguinte ordem: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno.
Muito usado em escolas e extremamente útil, o uso de rimas para lembrar de informações é bem efetivo para relembrar, como a rima que ajuda a lembrar quantos dias têm cada mês do ano: “30 dias tem setembro, abril, junho e novembro”.
Essa técnica consiste em criar imagens vívidas e detalhadas de algo para facilitar a recuperação da memória, partindo da ideia de que o cérebro humano é mais propenso a lembrar imagens do que palavras ou números.
Um exemplo muito forte são os memes que buscam associar conceitos importantes com humor.
As imagens mentais podem ser ainda mais eficazes quando usadas em conjunto com outras técnicas de memorização, como a repetição espaçada ou a associação de ideias. Por exemplo, se você precisa memorizar uma lista de palavras, pode criar imagens mentais para cada palavra e depois associá-las de alguma forma lógica.
Por vezes nos deparamos com conceitos complexos ou palavras difíceis, e nesses cenários o uso de palavras-chave pode ser bem útil para simplificar a compreensão geral. Um exemplo é a área da medicina, que possuimuitos termos técnicos difíceis de se lembrar, logo nos seus estudos pode ser muito benéfico o uso desta técnica.
Um bom exemplo
Um estudo publicado na revista Applied Cognitive Psychology por Smith e Rothkopf (1984) descobriu que os participantes que usaram palavras-chave para memorizar informações tiveram um desempenho significativamente melhor em testes de retenção do que aqueles que não usaram essa técnica.
Também conhecido por Palácio da Memória, este método foi inventando Simónides de Ceos na Grécia Antiga, e consiste em fazer associações de objetos em locais específicos, criando um tipo de imagem mental para memorizá-los.
De acordo com a história, Simónides teve de abandonar um jantar e após isso, o teto do lugar desabou, de forma deixar todos os corpos irreconhecíveis. Contudo, ele sabia onde cada um estava sentado e, baseado em sua imagem mental, conseguiu identificar cada um.
Nessa técnica, o objetivo é desafiar a sua memória! Sim, ao invés de simplesmente revisitar o conteúdo que está estudando, tente lembrar ativamente da informação sem consultar, seja tentando explicar ou escrevendo um resumo.
Para utilizar o active recall, é possível utilizar diversas estratégias, como:
O active recall tem se mostrado uma técnica eficaz de memorização, pois ajuda a fixar a informação na memória de longo prazo. Além disso, também pode ser aplicado em diferentes contextos, como no aprendizado de idiomas, na preparação para exames e na memorização de informações profissionais.
Este conceito vem do psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus no final do século XIX, que realiza uma representação gráfica do processo de esquecimento natural após a apresentação de uma informação nova.
Depois de aprender algo novo, a retenção deste conhecimento diminui rapidamente nos primeiros minutos, horas e dias. Logo, se você não praticar ou revisitar a informação, terá um aproveitamento bem baixo.
O método de repetição espaçada é uma medida bem importante para amenizar a curva de esquecimento, e por isso é importante levar a memorização não como algo que você faz uma vez e está bom, mas como um processo contínuo que vai permitir que você retenha mais informações por mais tempo com mais facilidade, assim achatando a curva de esquecimento.
Asana. Aumente a sua capacidade de memória: as 10 principais técnicas de memorização. [online] Disponível em: https://blog.asana.com/pt-br/education-pt-br/aumente-sua-capacidade-de-memoria/ [Acessado em 7 de abril de 2023].
Neves, Tiago Ribeiro. "15 melhores técnicas de memorização para estudos, provas e concursos". Estudaqui Blog. 03/01/2022. Disponível em: https://www.estudaqui.com/blog/concursos/tecnicas-memorizacao-estudos/ [Acessado em 7 de abril de 2023].
Equipe Estácio. "CONHEÇA AS 7 MELHORES TÉCNICAS DE MEMORIZAÇÃO QUE EXISTEM". Blog Estácio. 10 de junho de 2021. Disponível em: https://blog.estacio.br/aluno-estacio/tecnicas-de-memorizacao/ [Acessado em 7 de abril de 2023].
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